{Resenha} A Bela e a Fera - Versões Clássica e Original

Mais uma vez a Editora Zahar arrasa com uma edição linda feita com muito cuidado e atenção para com os leitores.
Mesmo sendo uma edição de bolso ela é de capa dura, com páginas em papel offwhite de 80g/m² (excelente gramatura).

SINOPSE (retirada do Skoob)
Adaptado, filmado e encenado inúmeras vezes, o enredo de A Bela e a Fera vai muito além da jovem obrigada a casar com uma horrenda Fera que no final se revela um lindo príncipe preso sob um feitiço. Nessa edição bolso de luxo da coleção Clássicos Zahar você encontra reunidas duas variantes da história.
A versão clássica, escrita por Madame de Beaumont em 1756, vem embalando gerações e inspirou quase todos os filmes, peças, composições e adaptações que hoje conhecemos. A versão original, que Madame de Villeneuve publicara em 1740, é de uma riqueza espantosa, que entre outras coisas traz as histórias pregressas da Fera e da Bela e dá voz ao monstro para que ele mesmo narre seu destino.
Toda em cores e ilustrada, essa edição conta com ótima tradução do premiado André Telles, uma apresentação reveladora e instigante assinada por Rodrigo Lacerda e cronologia das autoras. A versão impressa apresenta ainda capa dura e acabamento de luxo.



Minha visão sobre o livro:
Esta edição foi lançada no final de 2016 e nela temos a versão original, escrita em 1740 por Madame de Villeneuve, e a versão clássica, escrita em 1756, em formato de conto, pela Madame de Beaumont (16 anos após a versão original).
No livro a ordem vem invertida. Primeiro o conto e depois a versão original, e eu, particularmente, gostaria de ter lido primeiro a versão original, visto que o conto é mais um resumo da versão original, com algumas poucas modificações.




Após um período difícil em sua vida, a Madame de Beaumont se torna preceptora e fica chocada com a baixa qualidade da educação dada aos jovens portanto, ela cria sua própria obra, que era destinada a educação de meninas, jovens adolescentes e mulheres que necessitassem de polimento social.
A versão da Madame de Beaumont é a mais conhecida atualmente e foi publicada em sua revista que reunia artigos sobre boas maneiras e princípios morais, além de textos literários com fins pedagógicos.
Nessa versão nós encontramos uma Bela um pouco submissa, que aceita a Fera como seu marido por ele ser um homem bom e que cuidava dela, não importando sua aparência exterior. 
Esse comportamento de Bela é visto como uma forma de conformar as meninas da época, que eram obrigadas a se casar com homens mais velhos que eram escolhidos por suas famílias.



Na versão original da Madame de Villeneuve, a Bela não aceita facilmente a Fera, simplesmente porque ele lhe proporciona todos os luxos existentes e ser muito bondoso.
A Bela dessa versão é uma heroína que preza pela afinidade de sentimentos e tem ideais dos quais ela não abre mão, sempre muito correta com as pessoas, inclusive com as irmãs que a tratam com desprezo. 
" Alguns críticos veem uma mudança de ênfase de uma versão para outra, pois, enquanto Villeneuve daria maior importância ao processo de humanização vivido pela Fera, Beaumont daria maior importância  ao esforço de Bela para se abrir ao diferente em nome da virtude. Assim, o espírito feminista mais crítico e rebelde de Villeneuve parece dar lugar a uma atitude que visa à edificação moral e, de certa forma, ao conformismo".
A versão de Villeneuve foi a que me conquistou por ser uma história mais completa, que mostra também as origens do príncipe e de como ele foi transformado na Fera, e eu não tinha ideia desse trecho do livro que envolve fadas, magia, amor, vaidade, guerra!!!



Além desses textos maravilhosos, a Zahar nos presenteou com extras escritos por Rodrigo Lacerda, que devem ser lidos (não pule direto para a história), pela riqueza de informações. Com uma cronologia completa da vida e obra das duas autoras, nós somos apresentados a essas mulheres que foram super modernas para seu tempo.
Adorei a leitura, que pode ser feita por adultos e crianças porque tem uma lição de moral lindíssima, passada de forma leve e encantadora.
"A moral de sua versão da história procura ensinar as crianças a distinguir feiura física da feiura moral, e também a valorizar mais o bom coração do que a aparência. A beleza não é a base do verdadeiro amor, e nem mesmo a inteligência. A base do verdeiro amor é a bondade".
"Fui aconselhada a não me fiar nas aparências".
Título Original: La Belle et la Bête
Autoras: Madame de Villeneuve & Madame de Baumont
Editora: Zahar
Gênero: Literatura infantojuvenil
ISBN: 978-85-378-1604-2
Ano: 2016
Ano de lançamento: 1756/1740
Páginas: 238
Tradução: André Telles






E se você gostou do livro, aproveita para adquirir aqui sua cópia.

Beijos e boa leitura!



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